09 mar Escola de SC adota projeto de acantonamento para incentivar educação ambiental
A busca de aproximação do ser humano e conservação da natureza tem ocorrido frequentemente nos últimos anos, devido a grande preocupação em preservar o meio ambiente e conhecer um pouco mais aquilo que cientistas, botânicos, naturalistas, autoridades e educadores têm valorizado como uma melhor qualidade de vida. Por este motivo, muitos se perguntam porque tanta preocupação e assim acabam querendo entender e explorar um pouco mais o espaço em que vivemos. Consequentemente, há um aumento na procura por diferentes práticas que saciem esse interesse de conservação e aprendizado sobre a região da Mata Atlântica e sua biodiversidade, um pedaço da natureza que nossa espécie pode extinguir sendo que pessoalmente ainda nem conhecemos muito bem.
Outra maneira de conhecer um pouco mais o meio é participar de grupos, entidades, organizações, ONGS, acampamentos, acantonamentos, grupos de escoteiros que além de ensinar a socialização e integração, preservam a natureza, pois o contato com o meio ambiente desenvolve o respeito por ele na medida em que paramos para admirá-lo e, em seguida, iniciamos a conscientização da necessidade de assumir nossa responsabilidade para preservá-lo.
Em Santa Catarina, com o apoio do Governo do Estado e por meio do fundo de Incentivo ao turismo (Funturismo), foi desenvolvido um programa chamado de Acantonamento. A proposta da Escola João Monteiro Cabral era integrar crianças e adolescentes através de atividades e lições que relacionam a vida na natureza aos valores essenciais para o convívio em sociedade. “O projeto é uma extensão da escola, já que agregamos a educação ambiental à educação formal”, explica André Vinícius Araújo, diretor da escola. A metodologia, pioneira em Santa Catarina, segue o modelo do Glen Helen Outdoor Education Center, de Yellow Springs, Ohio, nos Estados Unidos, instituição com mais de 50 anos de experiência em educação ao ar livre. “Os alunos passam a ser formadores de opinião dentro da escola, pois contam para os outros o que vivenciaram e aprenderam no acantonamento. Além disso, se tornam mais gentis e mais colaboradores com professores e colegas”, comemora Araújo.
A mudança de comportamento das crianças motivou quatro professores e até o diretor a participarem, também, das atividades no acantonamento. “A nossa relação com os alunos melhorou muito com o projeto Acantonamento, então viemos ver como funciona para dar continuidade ao trabalho em sala de aula”, afirma a professora de biologia, Belisa Saito. “Além disso, os valores repassados para as crianças na Mata Atlântica, por meio de vivências, transcendem o conteúdo escolar, pois é uma educação para a vida”, acrescenta o coordenador do projeto Juarez Michelotti, diretor do Centro de Educação ao Ar Livre da Mata Atlântica.